Bom, com o fim “produtivo” da linha Spelljammer em 93, a empresa precisava de algo que ao mesmo tempo fosse novo, diferente e que tivesse uma moral parecida com a de Spelljammer: um cenário onde os heróis pudessem viajar grandes distâncias e aventurar-se em terras estranhas e diferentes do habitual.
Um dos designers da TSR, Slade Henson, tinha idéias para um produto chamado “Planescape”, tendo como base o livro da 1ed AD&D “The Manual of Planes” (1987) que, aliás, nunca havia tido uma revisão para a 2ed.
Com a aprovação para continuar o projeto, muito do que era o “Planescape” foi mudado (processo comum na empresa). Além disso, a equipe aprendera algumas coisinhas com Spelljammer e Vampiro: a Máscara (que fazia muito sucesso na época):
- Do primeiro, a importância de ter uma “base”, um local central para os personagens interagirem (como a Cidade de Greyhawk).
-De Vampiro, Jim Ward queria que os jogadores tivessem um senso de “pertencer à um grupo”, e então surgiram as facções de Sigil.
Zeb Cook buscou inspiração em lugares fora da fantasia “padrão”: filmes de Hong Kong, livros diferentes e outras fontes alternativas, tentando sair um pouco do “sword & sorcery”. Dana Knutson fez diversos esboços par ao cenário, os símbolos das facções, a Lady of Pain, a aparência arquitetônica de Sigil e muito mais.
Claro, existiram outros artistas (como Robh Ruppel- e este, por sinal, é a “cara” de Ravenloft pra mim!), mas assim como Baxa e Brom deram os tons de Dark Sun e Jeff Easley nos trouxe Dragonlance 5th Age, DiTerlizzi sem sombra de dúvida é a maior influência em Planescape.
eu era apaixonado por essa imagem |
Acredito também que foi nessa época que tivemos as melhores descrições dos diferentes planos de existência, como eles se conectam e como acessá-los, e um grande aprofundamento na cosmologia geral do D&D. Os Tanar’ris e Baatezus tiveram sua história ampliada de maneira fantástica e muito bem organizada, além de sua “Blood Wars” ter gerado um card game interessantíssimo.
Além do Box, suplementos e aventuras, a franquia contou com um jogo de computador, miniaturas, card game e novelas (e, até onde seu sei, pelo menos uma revista em quadrinho).
Com certeza, esse foi um cenário inesperado em 1994, e foi muito bem vindo. Sua marca na história da 2ed e do Dungeons & Dragons com certeza foi profunda e duradoura. E muito bem-vinda.
(atualização: vejam o comentário do Brenno logo abaixo para muitas informações legais. valeu Brenno!)
Salve Rafael!
ResponderExcluirÓtimo apanhado do material dos 30 anos de d&d. Complementa bem outra primorosa fonte sobre a criação do cenário que é o artigo Behind the scenes: The making of the planescape da Dragon Magazine 208.
Outras curiosidades a respeito da criação:
- O nome original do cenario/produto concebido pelo Slade Henson era Kudos.
- Durante a elaboração do box set inicial ja estavam sendo produzidos dois modulos/suplementos (The planes of chaos e The eternal boundary).
- Foram os esboços de Dana Knutson que convenceram os administradores executivos da TSR a investir em Planescape como linha de produtos. Até então eles estavam tendo dificuldades em aceitar um mundo de jogo que englobava os demais mundos do d&d.
- Comenta-se que a mesma estrategia teria sido usada para convencê-los a investir em Dark Sun no ano anterior.
- O rosto da Lady of payn foi literalmente esculpido por Cindy Jackson, esposa do artista Robh Ruppel. A eles se juntou Kauth Dennis para acrescentar as lâminas em halo ao rosto da lady.
- O trio acima foi responsavel pelo logotipo metalico (o rosto da Lady junto a um pedaço de "rocha" e fundo verde) de inicio tridimensional, sendo apenas depois trabalhado para o layout convencional.
valeu brenno! adicionei uma nota no fim da materia :)
ResponderExcluirSempre ás ordens Rafael!
ResponderExcluirSou hiperfã do cenário. Precisando de ajuda com os planos é so avisar, rs.