O módulo N4-Treasure Hunt foi escrito em 1986 (AD&D 1ed) por Aaron Allston, escritor de dezenas de livros de RPG (D&D, GURPS, Hero e outros) e novelas (principalmente de Star Wars).
Logo de cara, temos algo raro no currículo de módulos para D&D: uma aventura para personagens de nível zero. E este é um dos principais atrativos deste módulo.
Tudo começa num arquipélago (que mais tarde seria incorporado no cenário de Forgotten Realms) pacífico, e a súbita invasão de traficantes de escravos.
Não quero estragar a trama, mas não preciso dizer que os personagens são parte da população capturado, e eles são apenas “civis”.
A mecânica do nível zero é bem simples, em contrapartida da versão mostrada no livro Greyhawk Adventures (de Jim Ward). Basicamente, as suas ações durante a aventura irão determinar se o personagem irá se tornar um guerreiro, um ladrão ou um mago. Todos começarão o jogo sem equipamento nenhum, e com 500 XP negativos (ou seja, “-500”). Chegar em “zero” significa a possibilidade de tornar-se um personagem de 1º nível.
É necessário ter cuidado caso deseja-se pertencer a uma classe em específico: se o personagem começa a usar uma espada diversas vezes, ele se tornará proficiente com ela, eliminando a possibilidade de escolher classes com restrições quanto à armas, por exemplo. Penso que a melhor forma de aproveitar essa regra é jogar sem se importar com a classe. Um jogador que prefere “dar porrada” acabara tornando seu personagem um guerreiro, e um que investigue e estude os itens mágicos, acabará criando um mago.
Ilustrações internas de Stephen Fabian, conhecido dos fãs de Ravenloft |
Os desafios são difíceis, e acredito que sejam pouco recomendados para jogadores iniciantes. Claro, um bom mestre conseguirá adaptar o que for necessário, mas pra mim, o grande desafio agradará mais os jogadores experientes que desejam “mudar os ares” de seus jogos.
Existem npcs espalhados em vários cantos, e é recomendado que se reúna a maior ajuda possível. Um mapa interessante, desenhado como se fosse feito numa folha de árvore, mostra dois cenários da aventura.
Outro ponto interessante deste livro é uma seção que lida com questões pertinentes às ações dos jogadores: e se eles não conseguirem ir até tal lugar? E se morrerem? E se não acharem tal objeto?
Essas questões são divididas pelos capítulos em que são apresentadas, e algumas opções interessantes são fornecidas para o Mestre.
É possível jogar com personagens de nível 1, sem problemas. O detalhe é que eles começam sem equipamento nenhum, e devem buscar elementos na descrição do cenário ou até interrogar o Mestre em relação ao que podem encontrar como arma, por exemplo (galhos, pedras, etc).
Este é um módulo que existe “pensar fora da caixa”, o que sempre é válido no jogo.
Bom ver uma resenha dessa aventura... Desde que a li também tive a impressão de que seu plot é muito bom para começar campanhas.
ResponderExcluirRafael Beltrame, muito interessante este seu post. Não sabia que existiam aventuras para nível 0 para D&D. Existe mais alguma além desta?
ResponderExcluirA resenha ficou muito bacana. Valeu!
alexandre, eu nao lembro nenhuma de imediato, mas dou uma pesquisada!
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