quinta-feira, 24 de maio de 2012

Sobre o D&D Next - a 5ª ed do D&D


Como alguns devem saber, hoje começou a distribuição do material do D&D Next (aquele que chamaremos de “5ª Edição”).

Tive a felicidade de ler o material distribuído para os playtesters inscritos, e digo que tem material que me agrada, e que talvez me faça comprar novamente algo da Wizards, após anos sem dar bola pra empresa.

As Regras:

As regras em si não me chamaram a atenção. Existe um esquema de habilidades pré-definidas, ou de customizar elas. O que agrada, é ver na ficha de personagem pronto uma menção do tipo “Para um jogo mais old school, não use Background e Theme” (que são essas habilidades que mencionei).
Conversando com o pessoal da lista do Old Dragon, existem regras bem estranhas, como a dos pontos de vida (em que o cara só morre no valor negativo de sua CON + nível. Assim, um guerreiro do 7º nível com Constituição 14 morrerá apenas no -21. Acho o valor alto, mas comentaram (não li todo o texto ainda, e mesmo assim, acho que isso não consta nessa versão teste) que se o PC for abaixo de zero, ele terá sequelas ao se recuperar.

A parte mecânica por si só não me agradou, e muito menos me surpreendeu. As “curas espontâneas” continuam ai, como na 4ed.

A Grande Surpresa:

Existe um arquivo para o DM, com dicas que todo jogador old school já cansou de postar em seus blogs, ou de ler em fóruns. E isso é ótimo! “Não deixe que os dados digam tudo”, “Uma boa interpretação pode prevalecer sobre uma má jogada de dados” e coisas no gênero, que estimulam a interação jogador-mestre, ao invés de simples rolagens de dados.

A aventura é uma adaptação para as novas regras de B2- The Keep on the Borderlands, que vejo de certa forma uma maneira de agradar os fãs mais old school (este módulo vinha de brinde em uma das caixas básicas). A apresentação é um show a parte, e tenho que dizer que tirei o chapéu.
As salas começam com o número e nome, acompanhadas do valor de XP. Logo em seguida, descrições em tópico para o Mestre com luminosidade, barulhos e efeitos especiais (“Detect Evil: se for lançado um Detect Evil nessa sala, será percebido que...”.

 Depois, um breve texto em itálico (que auxilia o Mestre), e o texto do DM mesmo, descrevendo a sala e seus efeitos. Fichas simplificadas dos monstros completam a descrição.

Outro arquivo muito bem apresentado é o de Monstros. Fichas simples, com coisas básicas (monstros não tem uma lista de perícias ou algo assim) e explicação de suas habilidades. Depois, assim como no saudoso Livro dos Monstros da 2ed, vem uma parte de “fluff” muito legal, com breve história, lendas ou até mesmo coisas do tipo “o garra deste monstro costuma ser usada para fazer poções de ...”.

Resumindo:

É praticamente certo que não comprarei os livros de regra. Não me interessam as novas regras, e não veja nada em termos de mecânica que me faça trocar de edição.
Contudo, o material auxiliar, como aventuras ou livros de monstros, parece ser uma ótima pedida. Olhando os monstros, você consegue adaptar com esforço praticamente ZERO suas fichas para AD&D, OD e retroclones.

Vamos torcer para que o produto final não saia muito diferente do que estão mostrando pra gente.   

9 comentários:

  1. Que bacana, fiquei sabendo pelo Allef sobre esse material que já estava sendo distribuído, legal ver a sua opinião. Devo jogar essa edição se tiver oportunidade, mas nào devo mestrar.

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  2. Ola Beltrame!
    Boa materia, sendo que gostaria de saber mais sobre essas regras e como elas distoam do jeito velha guarda - grandes mudancas em relacao ao 4th? A direcao artistica, envolve mais essa fantsia "punk" moderna ou relembra esteticas classicas?
    Grande abraco

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  3. Acredito que a regra dos pontos de vida negativos vem de Monte Cook, no Arcana Unearthed há uma regra bem parecida.

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  4. entao, pelo acordo, eu na posso divulgar o material. darei mais uma lida, e depois posto mais impressoes.

    o sistema realmente parece ter um pouco da 2,3 e 4 edições

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  5. Nunca gostei muito de regras complicadas, acho que um d20 e teste resolve a maioria das coisas. Gosto mesmo é do tal "a garra deste monstro pode ser usada para a poção..." e foi essa preferencia que me fez não gostar muito das coisas do D&D 3.x e odiar os suplementos só com regras do D&D 4ed.
    Meu sonho é que a literatura volte ao meu rpg favorito com ótimos ganchos, ideias e informações para melhorar as campanhas.

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  6. Alexandre, eu gostei do que vi, nao em termos de regras, pq elas nao servem pra mim, mas fiquei com a impressao que é um bom jogo para as novas gerações.

    existem diversos trechos q falam sobre o desapego das regras, de que o Mestre tem que ter iniciativa de lidar com as situações (ao inves de apenas regras).

    as explicações dos atributos básicos, por exemplo, dá dicas de para quer seriam usadas (WIS para tentar detectar uma mentira, DES para equilibrar-se, etc). acho q sao toques simples, q todos sabemos, mas q sao importantes para quem esta começando o jogo.

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  7. O comentário sobre a dica de WIS me animou muito! Acho que o D&D não estimula mais a interação entre jogadores e mestres a muito tempo. Tudo bem, na primeira versão era só entrar na masmorra e descer o braço em qualquer coisa que estivesse nela mas isso evoluiu e acho que o que prendeu a maior parte dos rpgistas que estão por aqui via guilda dos blogueiros oldschool era aquele colorido todo especial das ambientações e a interação que sempre encontravamos nos livros da TSR.
    Tomara que o rpg seja tratado novamente como atividade social.

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  8. Otimo post Beltra!

    Eu to animado!

    Tmb recebi o material e curti mais do q qndo li o livro inteiro da 4ed.É Fato que comprarei o next, pq sempre compro os basicos de D&D ...tipo tara mesmo hahahah! Mas os fluffs estao bons mesmo, as dicas tmb, os módulos de background e theme opcionais tmb deixa o jogo mais flexivel.

    Eu acho q a chave pro sucesso é um sistema realmente modular, pois como o objetivo eh agradar a todas as gerações de jogadores de D&D, creio q nao devamos esperar muitas inovações, mas apenas torcer por "magias" q tornem o sistema realmente modular.

    Outro ponto super positivo é q os monstros e magias me pareceram bem "classicos e genericos", permitindo o uso facil em jogos de outros RPG baseados em D&D.

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  9. Desde que me decidi por usar os cenários e aventuras da 2ª edição com as regras de 3.5 nunca achei um substituto à altura.

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