segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Elementos clássicos em aventura, ilustrados por David Lucena

Pessoal, ontem estava conversando com o grande David Lucena e pude conferir alguns de seus desenhos. Achei muito legal como eles contam uma história bem em moldes tradicionais, e queria "viajar" um pouco falando sobre uma série em especial, a série "do Tesouro" (vocês podem clicar na imagem para vê-la em tamanho ampliado. Na minha tela as figuras "ultrapassaram" o limite, mas prefiro deixar assim por questão de visibilidade). As ilustrações estão na ordem correta, segundo o David. Infelizmente, ele disse ter perdido uma, que tinha tudo pra ser épica: o grupo voando em um dragão! Mesmo assim, vamos conferir a busca épica da Order of the Mustache!


 
Cavern do Tesouro

Aqui começa a aventura dos heróis. Curiosamente, David se inspirou para criar o desenho em uma discussão da lista Old Dragon, quando todos participaram de um "brainstorm" para decidir o nome da editora Redbox. Este grupo se chama "Order of Mustache" (tanto que todos usam bigode!). Bom, aqui temos o grupo clássico: Ladrão, Mago, Clérigo e Guerreiro. A formação do grupo protege o mago, com o ladrão na retaguarda. Vemos um goblin escondido, o que nos lembra, como Mestres, que não devemos esquecer de que os monstros também podem (e devem!) formar planos e estratégias de ataque. Os goblins arqueiros estão protegidos pelas estalagmites, o que lhes confere bônus de proteção.
Outro elemento clássico é a mulinha/burrinho/pônei de dungeon. É muito difícil andar com uma por ai, mas podem ser muito úteis por não sobrecarregar o grupo com o peso de equipamentos necessários para uma aventura, como cordas e mantimentos.


Ambush do Tesouro
Geralmente as dungeons começam em terreno "natural", como as cavernas. Conforme vamos adentrando, é muito provável que encontremos tumbas, castelos ou até mesmo cidades escondidas. Como aventureiro, é importante lembrar que nem todo perigo está ao alcance dos olhos, e nem sempre estão nos lugares mais óbios. O mago parece ter pensado nisso, talvez um pouco tarde de mais par ao guerreiro. O clérigo, carregando a tocha, teve que guardar seu escudo, opção que poderia ser evitada caso tivessem contratado alguns ajudantes. Como nem sempre isso é possível, e nem todo escudo é um broquel (que pode ser preso no antebraço), essa é a melhor opção. O clérigo costuma usar uma boa armadura, o que lhe garante certa proteção antes de começar o combate. O mago e o ladrão precisam estar com as mão livres, ou como no caso do último, chamar menos atenção possível, para exercerem suas funções primárias no grupo.


Dungeon do Tesouro
 O uso do espaço em uma dungeon é sempre importante. Saber posicionar o grupo de maneira eficiente para que todos consigam exercer suas funções é fundamental para a sobrevivência. Vemos aqui pilares, portas trabalhadas e runas (sendo decifradas pelo mago), mostrando que a dungeon costuma ficar mais complexa conforme vamos adentrando. O ladrão, como combatente médio/fraco, tem que aproveitar suas habilidades. Possivelmente ele moveu-se em silêncio e se escondeu nas sombras, aguardando para atacar pelas costas e ganhar um belo modificador de ataque e dano! A menos que a luta esteja muito caótica, eu como Mestre não permito que o ladrão simplesmente suma de combate. Neste caso, é provável que o grupo lá estivesse esperando pelos homens lagartos (inimigos tão clássicos que chegaram a ser um dos símbolos da TSR). Os escudos com espinhos são uma sacada genial, e com certeza incorporarei em alguma aventura.

Ship do Tesouro
A princípio não vemos tesouros no barco, mas vemos que estão se afastando da ilha. Talvez todo o complexo da dungeon fosse dentro de uma ilha perdida, o que combina com os Homens Lagarto da figura anterior. Aqui, vemos um ataque quando presume-se que já "acabou o perigo", visto que não estão mais na dungeon. Talvez eles sejam monstro errantes, jogados aleatoriamente no dado (seguindo a tabela condizente com o terreno), ou um encontro planejado. As vezes, quando a aventura é muito "fácil", é comum que o Mestre coloque mais alguns desafios, dando uma "castigada" no grupo. Como ladrões costuma ter Destreza alta, não é incomum que usem armas de arremesso ou de ataque a longa distância. Um bom ladrão, nesse caso, deve carregar algumas adagas extras! O clima caótico, com trovões e tempestades, é perfeito para mostrar que não é fácil se aproximar (ou afastar) dos locais de aventura.

Forest do Tesouro
 Terminando a viagem, sempre existe mais chão a ser percorrido. Monstros perigosos podem ser encontrados em qualquer lugar, quem dirá em uma floresta! O fato do mago estar na frete e o ladrão atrás possivelmente pode mostrar um erro de estratégia do grupo, algo comum de ocorrer. Por outro lado, como o clérigo está correndo para auxiliar o pobre colega, é possivel que o ladrão já tenha se posicionado longe do monstro. A adaga no chão pode indicar que ele errou o ataque, mas ainda se mantém a certa distância, dando espaço para o guerreiro atacar e distrair a criatura. A escolha do clérigo por uma poção é algo interessante, pois ele pode estar sem magias, ou melhor, pode estar guardando suas magias para mais tarde. O uso de poções, pergaminhos e varinhas sempre facilita a vida dos usuários de magia.

King do Tesouro

Para finalizar, o esperado momento em que o grupo se encontra com o contratador. Algumas vezes, eles recebem uma prometida recompensa, mas em outras, são traídos por aqueles que os contrata! O rei, muito maior que eles, parece um gigante, mostrando seu poder ao portar a arma em punho.Como é uma cena com elementos grandiosos, imagino que atrás dele estejam nuvens, e que o encontro esteja acontecendo em um ponto muito alto. O fechamento de uma aventura pode trazer muitas surpresas. Nem sempre termina de maneira favorável para o grupo, e às vezes, nem mesmo termina! Uma nova missão pode ser conferida ao heróis, que mal tem tempo de descansar. Ah, a dura vida de um aventureiro!


Confiram o trabalho do David no seu deviant!

9 comentários:

  1. Cenas de aventura muito bem ilustradas pelo David e interpretadas por você, Rafael. São ideais para compor a ilustração de um escudo de mestre, porque demonstram bem o espírito do D&D, presente desde a primeira a quarta edição: as aventuras são missões emocionantes, que dependem do trabalho em equipe.

    Apenas estranhei a falta de anões, elfos e halflings no grupo de aventureiros.

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    1. realmente, Marco, nao temos outras raças nas figuras. de certa forma, não é de se estranhr, visto que humanos sao a raça predominante. acredito que antigamente fosse mais comum escolher um humano do que outra raça, visto q eles nao tinham limite de avanço de nivel.

      eu prefiro dar uma "misturada", e acredito q a heterogeneidade apenas ajude nesse caso

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  2. Na penúltima imagem, o urso coruja pode ter surpreendido o grupo e o pobre mago deu azar de dar de cara com a fera.
    As ilustrações são fantásticas mesmo e deu pra "viajar" legal com a história.

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  3. Desculpe, eu não falo português -- but: I love the pictures!

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  4. Incrível... é esse o tipo de desenho que adoro em RPGs! Simples, mas de uma produndidade incrível! Queria saber fazer algo parecido... os homens palito que desenho para meu grupo compreender as cenas já enjoaram... hehehe!

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  5. Fantastic drawings, they look like old Russian woodcuts.

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  6. As imagens do David são fodas mesmo. Um RPG todo ilustrado por ele ficaria bem legal.

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