Aqui foi tudo bem, ao contrário do que pensei. Espero que seja um sinal de que 2010 seja um ano melhor do que 2009 foi!
Bom, o post de hoje foge um pouco do que eu pretendo, pois já trata de uma "aventura" ao invés de um "módulo". Mesmo sendo do meu adorado AD&D 2ed, eu pretendia fazer mais matérias de O/C/B D&D e AD&D 1ed, mas este tem uma razão de ser.
Tenho acompanhado um blog muito bacana, que muitos devem conhecer: A Taverna do Goblin.
Não apenas o Goblin é um goblinóide muito legal como a vontade de fazer o blog crescer com qualidade e interatividade é claramente visível, e achei isso muito cativante.
Pois bem, sem mais delongas, vamos a ela: Reverse Dungeon.

A aventura:
Escrita em 2000, ano que marcaria a vinda do D&D 3ed, Reverse Dungeon é um trabalho dos escritores John D. Rateliff e Bruce R. Cordell (ambos trabalharam para a TSR, Wizards of the Coast e Hasbro em diversas aventuras e linhas de produtos).
O tema é até meio incomum para a época, visto que a segunda edição ficou conhecida por dar início ao "jogo heróico". Talvez fosse um indício da mudança dos tempos que veio junto com o 3ed, onde a "caça as bruxas" do RPG havia dado uma sossegada.
Basicamente, o jogo é dividido em três partes, cada uma dedicada a um monstro que os os personagens devem interpretar e lutar contra os grupos de aventureiros.

A história:
Um mago chamado Blaise se apoderou de um conjunto de cavernas, expandindo-o e transformando-o em sua dungeon. Muito tempo depois, acreditava-se que ele havia morrido, goblins tomavam parte das cavernas e sua torre estava em ruínas. Ledo engano, pois Blaise se tornara um Lich e se apoderou do terceiro nível da dungeon. Os goblins se tornaram um disfarce conveniente, e conforme os anos passaram, as gerações mais novas de goblins nem sabe ao certo que exista um terceiro nível.
A mecânica:
Como dito anteriormente, Reverse Dungeon tem uma história dividida em três partes:
1. Os jogadores interpretam goblins (pelo menos três goblins para cada jogador) usando regras especiais (diferentes do "Complete Book of Humanoids"), e ao ganhar batalhas eles ganham pontos de vida, até que conquistem títulos como "Mogur" (chefe) ou "Kumar" (campeão). O básico desta a parte da aventura é que, depois de alguns saques à uma vila, aventureiros são contratados para acabar com os goblins, que por sua vez devem defender seu lar.

2. O segundo nível da dungeon é infestado de monstros diversos, guardiões de vários itens mágicos e artefatos do lich. Cada jogador pode escolher dentre uma lista de monstros, incluindo beholder, medusa e um anti-paladino, ou o Mestre pode criar a lista que bem entender, dentro de certos conceitos explicados no livro. A explicação para este "freak show" é dada: já que espera-se que toda a torre abandonada tenha um nivel secreto de dungeon, com monstros e tesouros, o mago resolveu que criaria este nivel, "contribuindo" com itens que não eram mais de seu interesse (fala sério, quem não precisa de uma espada vorpal?) e prendendo os monstros através de magia, para que fossem os guardiães dos tesouros. Assim, ninguém se importaria em procurar OUTRO nível secreto, no caso, o dele. Explicação meio conveniente demais, né?

3. No terceiro e último nível temos o lar de Blaise, o lich. Os jogadores interpretam aliados por conveniência (na maioria), como um clérigo vampiro, um mago fantasma, um death knight, etc. Ainda assim, o Mestre pode trocar qualquer tipo de monstro que se enquadre melhor na aventura.

Apesar da história meio forçada, o forte do jogo é jogar com os goblins. As regras especiais fazem com que os jogadores tenham mais uniformidade na hora de montar seu "time goblin". Nos outros níveis, a escolha dos monstros vai depender muito do bom senso, o que pode ser bom ou não. Por exemplo, um dos monstros sugeridos é um beholder, e outro é um mímico. Claro, deve ser divertido ser um baú ou barril, ou seja o que for, que morde as pessoas, mas o charme de ser um beholder megalomaníaco que atira raios para tudo que é lado é tentador.
O fato dos personagens nos níveis 2 e 3 serem escolhidos meio na liberdade demais e sem um play-test pode ser meio problemático para o Mestre, mas também não é nada de outro mundo.
Enfim, Reverse Dungeon é uma ótima pedida para quem quer variar um pouco a campanha, fazendo umas aventuras despretenciosas e divertidas. O jogo em si é meio rápido até, pois os monstros não têm que ficar procurando muito (esse é o papel dos aventureiros, oras!), mas se não ficou clara minha opinião, aqui vai mais uma vez: a parte com os goblins é a melhor de todas, incluindo até mesmo uma invasão goblin à uma vila camponesa! Vale a pena investir mais tempo nesta primeira parte, e até mesmo expandi-la.
Boa idéia pra variar as coisas.
ResponderExcluirA parte dos goblins parece ser a mais interessante mesmo. Ela até te deu a idéia de criar um jogo ao estilo "jogo de tabuleiro" onde os goblins tem que vencer os aventureiros.
seria muito legal um jogo de tabuleiro assim! na verdade, sei q existe, mas nao bem com as regras como as de D&D. seria uma otima pedida, com goblins ou kobolds
ResponderExcluirJá tinha ouvido falar dessa aventura,mas não fazia idéia de como era.Muito legal,achei interressante os PJs serem os monstros!
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