Seeds of Chaos (SoC, daqui pra frente), é uma aventura de
Dragonlance, para AD&D 2ª edição, e que apresenta também regras para o
sistema SAGA de cartas. Tem 64 páginas e foi escrita por Doug Niles em 1998.
Apesar da capa divina, a arte interior é bem simplória, porém funcional.
Mesmo não sendo uma regra, a maior parte das aventuras de
Dragonlance estão ligadas a alguma novela, e com SoC não poderia ser diferente.
Ambientado no romance Dragons of Summer Flame, a história gira em torno do deus
Chaos, pai de todos os deuses, que decide dar um fim a criação. Deuses e
mortais lutam furiosamente pelo direito de existência, e a história termina com
um segundo Cataclismo, levando à 5ª Era (e também, a troca do AD&D pelo
sistema SAGA).
O livro foi escrito para seis personagens entre níveis 7 e
10, e a grande diferença até então é a possibilidade de jogar com Cavaleiros de
Solamnia, os “paladinos da justiça”, ou Cavaleiros de Takhisis, o “reflexo
negro” dos Cavaleiros de Solamnia. Ambas as forças lutam contra as abominações
do Chaos, criaturas como assombrações e cavaleiros demoníacos, montados em dragões
de pura chama. Começando de forma simples, a trama se desenvolve de forma não
linear, o que vem a ser uma surpresa para os módulos do cenário. Enquanto os
clássicos da série DLC, que tratam dos romances best sellers da Guerra da
Lança, usam de várias artimanhas simples para manter a aventura nos trilhos,
criando um verdadeiro “railroad”, SoC deixa muitas pontas soltas, e talvez seja
necessário um DM meio criativo para encaminhar o grupo no sentido que a
aventura planeja levar.
Os eventos ocorrem em uma “linha de tempo”, seguindo firme
com o romance. Mesmo que o grupo passe muito tempo sem fazer o que deveriam
fazer, eventualmente os eventos maiores acontecerão, e eles terão de se
envolver. A primeira parte é sobre atacar/defender a cidade de Palanthas (dependendo
do lado que você escolhe), a segunda é a consolidação do poder de um dos lados
e a terceira é a luta contra parte das forças de Chaos, oriundas de um dos
cantos do continente.
Apesar de não ser um jogo apenas para as forças opostas (e
forças a se unirem) dos cavaleiros, o grande barato deste módulo está
justamente nesta classe. Os Cavaleiros de Takhisis inclusive têm acesso às suas
montarias: dragões azuis. Além de personagens prontos, existem regras para
lidar com certos problemas decorrentes desta guerra, como certas falhas nos poderes
dos clérigos devido à batalha dos deuses.
A preparação para a história é muito bem contada, mas
jogadores que desconhecem o cenário, seus personagens e a época em que a
aventura passa, terão sérios problemas em entender. É uma ótima aventura, com
um bom grau de dificuldade, mas que agrada quase exclusivamente aos fãs de
Dragonlance. Sou da opinião de que, quem gosta de Dragonlance, geralmente gosta
por causa da história, e por isso, não se importa em reviver os momentos lidos
e, desta vez, no papel de seus personagens. Se você não conhece muito de
Dragonlance, e não deseja que seu grupo faça uma missão extremamente específica
(é muito difícil adaptar uma guerra de deuses para campanhas que não tenham
esse tema), fique longe deste livro.
Caso contrário, é uma ótima aquisição para os fãs, sendo um
dos cinco volumes de DL que mistura AD&D e o sistema SAGA.
Tenho o Shadowdale, do Ed, aqui em casa. Peguei trauma de aventuras que andam ao lado de romances e tudo por causa da Shadowdale. É muito bem escrita (descrições, ambientação), mas a aventura consiste em criar os personagens e assistir os nomes maiores do reino realizarem as façanhas, todas obrigatórias e imutáveis, enquanto os jogadores ficam vendo você narrar tudo hauhauhaua. Não vejo sentido em criar uma aventura assim para o público, mas acho que você tem razão, tem quem curta reviver e ver momentos de um romance que goste na perspectiva de algum personagem.
ResponderExcluirTenho vontade de jogar SAGA (não sei nem como funciona), mas tenho esse problema com dragonlance, não gosto muito de viver uma história que já sei o meio e o fim.
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