terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Entrevista com The Great Kingdom

(you can read this in english here)

Hoje trago uma entrevista muito bacana que fiz com o pessoal do "The Great Kingdom", responsáveis por um vindouro documentário sobre os criadores do D&D. Vejam o trailer aqui, e confiram a página deles no Facebook.


Entrevista com “The Great Kingdom”
(JS = James Sprattley, AP = Andrew Pascal)

1- Poderiam falar um pouco sobre vocês e o projeto?
Nosso projeto é explicar a relaão entre os dois game designers creditados ao D&D, Dave Arneson e Gary Gygax. Vamos além, incluindo o grupo principal de game testers, amigos íntimos, e membros da família durante o tempo de desenvolvimento do jogo. (JS) James, Chris e eu somos veteranos com 10 anos na comunidade cinematográfica de Nova Iorque e Los Angeles, cansados de fazer filmes para outras pessoas. Decidimos então que se o projeto certo surgisse, juntaríamos nossos recursos e faríamos acontecer. Este filme é o fruto desta parceria. (AP)
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2-E sobre as dificuldades? Pesquisa pode ser muito cara, não?

Sim! Pesquisa pode ser cara, mas viajar com uma pequena equipe pelos Estados Unidos também é custoso. Estamos com um orçamento apertado e tentando tirar o melhor proveito de nossos recursos. É extremamente difícil, mas não impossível. Só temos que ser criativos. Reze por nós! (JS) A pesquisa está sendo difícil neste projeto. Por mais que exista por ai várias informações sobre como o jogo foi criado, não existe muito sobre  a vida pessoal dos criadores. Estamos trabalhando com três peritos incríveis, Paul Stormberg do Collector’s Trove, Jon Peterson (autor de “Playing at the World”) [N.T este livro é a minha bíblia sobre a criação do RPG e do D&D, eheheh] e David Ewealt (autor de “Of Dice and Men”). Estamos sendo auxiliados por gigantes. Onde eles apontam, nós vamos. Eles dizem “pule”, perguntamos “quão alto”. Temos também o inacreditável apoio de velhos grognards [N.T tipo “veteranos”] que sentaram conosco para participarem de entrevista. Através deles tivemos uma visão de primeira mão de como foi estar na primeira GenCon no Horticultural Hall. Me dá arrepios. (AP)

3-Qual sua intenção com o projeto?

Desejamos concientizar a comunidade de jogadores, e é claro a audiência mainstream, sobre um jogo incrível que estava na vanguarda do desenvolvimento da industria de videogames. Com o aniversário de 30 anos do jogo introdutório, acreditamos que um filme sobre seus criadores e a história de como o D&D veio a ser mais do que justificado, não apenas algo adiado (JS) É uma história incrível, que choca e fascina a todos que contamos, até mesmo os não-jogadores. Tem todos os elementos de uma grande narrativa, romance, traição, batalhas épicas, queda e redenção. Como qualquer grande aventura de D&D deveria ser, estes caras viveram uma aventura épica.(AP)


4- Por que vocês acham que ainda não tivemos um bom filme de D&D? (não algo como Senhor dos Anéis, mas algo especificamente de D&D).

Difícil de dizer. Filmes de ação baseados em fantasia costumam se dar bem nas bilheterias. Tivemos sucessos como os filmes do SdA, a série do Riddick e em um certo nível pense na saga de Star Wars e o excitamento entre os fãs. Então, por que não ter um filme de DND? Estou entro. (JS) Nós temos. Apenas não é chamado de D&D. Ha Ha. O problema, na minha opinião, é que para chamar o filme de “D&D”, deveria ter os elementos do jogo.Se não tiver, então não é um filme de D&D. Infelizmente estes elementos de jogo não são bem “traduzidos” para um filme. Não tem nada realmente cinemático neles. Um filme, “Timeline” [N.T “Linha do Tempo”, de 2003], baseado em um romance de Michael Crichton era, na minha opinião, um filme perfeito de D&D. Pegava personagens do tempo atual e os transportava para a época medieval. Era o clássico Tema da Visitação que Jon Peterson fala em eu livro, um tema que teve muitas variações na literatura. Mas quantas pessoas realmente viram esse filme? Não muitas. Melhor imergir a audiência em um mundo que é fantástico desde o inicio. Esqueça como ele se relaciona com D&D, o jogo. Essa é a razão, eu penso, que o sucesso do SdA é global. Ele apenas te coloca naquele mundo, sem explicação, e você tem que ir percebendo as coisas.(AP)

5- Já que tocamos no assunto, como vocês consideram que seria uma partida perfeita de D&D? Focada em história, regras, ambientação, etc.

Pessoalmente, a partida perfeita de D&D seria com meus amigos jogadores mais intimos. Seria sobre a camaradagem do espírito aventureiro! Quando trabalhamos em conjunto, estamos jogando juntos. É divertimento sem preço. (JS)
Eu Mestro no meu grupo e realmente faço o que posso para que todos entrem na história e os afasto das regras e dados. Coloco música, faço vozes, etc. Mas o que é divertido é a interação entre os jogadores. Esta é a diversão para mim, escutá-los conversando sobre o que farão em seguida, em suas vozes, como personagens...isto é realmente interpretar. Eu também os separo e doi motivações opositoras e faço eles se virarem enquanto jogam. É ai que eles realmente se perdem no jogo, “o que você quer dizer, você está aqui para matar os kobolds, eu fui enviado para resgatá-los e assegurar que nenhum mal chegue a eles?”. É muito divertido (AP).
6- Vocês têm planos para mais documentários?

Sim, mas não para o mesmo assunto. Temos algumas idéias e assim que decidirmos, anunciaremos publicamente nosso planos. Fiquem ligados! (JS) O “making of” deste documentário daria um ótimo documentário. (AP)

7- Algum conselho para aqueles que querem fazer este tipo de trabalho e pesquisa?

Seja MUITO paciente e mantenha o FOCO. É muito fácil desviar da história que você quer contar. Exploramos tantos detalhes que precisaríamos de no minimo uma mini-série em 4 partes para contar tudo! É por isso que escolhemos a história que queremos contar, e acreditamos ser uma boa história (JS).
Concordo com James...é muito fácil cair em uma armadilha. A diferença entre um documentário e uma narrativa direta é que você tem controle total sobre a narrativa fictícia. Um documentário apresenta história em cima de história com cada pessoa que você conversa (e não apenas as que você entrevista)...como decidir qual história é mais importante? É muito difícil (AP)

8- Últimos pensamentos?

Gostariamos de agradecer as pessoas que tem nos ajudado desde o inicio. Jim Gavin, Eric Matos, Adam Goldberg, Alex Gutenmakher, Andy Adams, e Erika Dahl.  Sem a dedicação e crença que tiveram em nós, não teríamos chegado tão longe quanto chegamos. Fomos realmente abençoados. Devo agradecer pessoalmente meu colega produtor Andrew Pascal e o diretor Christopher Haifley por sua dedicação e trabalho duro. Novamente, é sobre a camaradagem do espírito aventureiro que me mantém dia após dia, e que aventura este filme se tornará! Deus abençoe e um grande abraço (JS) Por favor espalhem sobre o filme. Este é o processo de uma história de 40 anos (AP)


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