Ok, todos sabem (ou pelo menos, deveriam!) que certos
monstros e criaturas do jogo foram inspiradas em lendas e fábulas antigas, na
maioria européias (trolls, gremlins, elfos, etc). Seja por nome, aparência ou
atitude, vários monstros foram assim criados para o Dungeon & Dragons.
Mas vamos falar de alguns monstros diferentes hoje, monstros
criados pela “velha guarda” do D&D.
WEMIC
Essa criatura “meio centauro-meio leão” apareceu pela
primeira vez num produto chamado “Monster Cards Set 3”, para AD&D 1ed em
1982, e logo em seguida no Monster Manual II do AD&D 1ed, em 1983. Seu
criador foi David C. Sutherland, que além de game designer é conhecido por
diversas ilustrações feitas para o jogo, incluindo a capa mais famosa do
Dungeon Masters Guide (a de 79).
HOOK HORROR
O monstro gancho é um dos meus favoritos. Além dos livros,
podemos vê-los em um dos episódios de Caverna do Dragão (pra quem tem Ulbra TV,
passa todo o domingo pela manhã).
Sua primeira aparição foi na revista White Dwarf número 12
(1979) na coluna “Fiend Factory”. Seu criador foi Ian Livingstone, o “cara do
livro jogo”. Mais tarde (1981), ele seria mais um dos monstros que se tornariam
famosos ao serem introduzidos no Fiend Folio.
BEHOLDER
Nosso estimado monstro voador é um dos poucos monstros a
aparecerem em TODAS as edições do jogo. A idéia surgiu inicialmente de Terry
Kuntz, irmão de Robert Kuntz e jogador por trás do guerreiro “Terik”,
companheiro de aventureiros como “Robilar” (Rob Kuntz) e “Tenser” (Ernie Gygax,
filho do Gary). Depois de lançada a idéia, Gary Gygax trabalhou-a e a
desenvolveu no monstrinho simpático que aprendemos a amar e temer.
BÔNUS!
Uma trívia rapidinha:
A “Sword of Kas” , cuja primeira aparição foi no livro
Eldritch Wizardry, (1976), era uma espada que pertencia a um dos personagens de
Tim Kask, o primeiro funcionário oficial da TSR (editor). Ele a descreve como
“just a really good sword” (‘apenas uma espada muito boa’) no fórum
Dragonsfoot, e a inserção de pequenas menções de suas campanhas era uma maneira
própria de “alcançar um tipo de imortalidade”.
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Ok pessoal, continuando com os monstros “crássicos” : Slaad,
Death Knight e Githyanki.
Charles Stross criou e publicou estes monstros entre as
décadas de 70 e 80 na revista White Dwarf, para depois serem publicadas
“oficialmente” no Fiend Folio de 81.
A semelhança com um dos temas de Lovecraft (seres devotados
ao caos, com um tipo de forma anfíbia/aquática) surgiu ao acaso: Stross só iria
ler algum conto de Lovecraft anos mais tarde. Estes seres extra-planares vindos
do Limbo me enganaram por muitos anos, pois sempre achei que eles vinham de
algum pântano, brejo, ou qualquer lugar meio aquático (e eu detestava aventuras
marinhas, sabe-se lá por que). Assim como as edições do jogo foram mudando, as
cores que representam o poder das castas foram sendo acrescentadas.
Independente das cores, quem manda nos slaadi são os Slaad Lords. Agora, por
falar em mudanças e acréscimos, existe uma coisa que li, creio que num livro de
Planescape, que eu preferia não ficar sabendo (e manter o mistério criado por
Charles Stross): na época de acasalamento, os slaadi se reúnem num local
“sagrado” e acasalam uns com os outros, pois são hermafroditas. Eles
“fertilizam o saco de ovos internos uns dos outros”. Cara….eu podia ter ficado
sem essa (e talvez vocês também).
Death Knight
Bom, não achei muito sobre a origem do death knight, mas de
uma forma ou de outra, eles sempre causam impacto nas campanhas que surgem.
Talvez o mais famoso seja Lord Soth, de Dragonlance, mas eu já falei sobre isso
na matéria sobre o Fiend Folio (veja com mais detalhes aqui). O que me chama
atenção na história do Lord Soth é que não há um demônio que o
encante/perverta, ou algo assim, e que venha a lhe transformar num death
knight. De certa forma, a esposa dele rogou um tipo de praga por seus atos
maléficos que culminaram em sua transformação em um cavaleiro morto-vivo. Acaba
sendo um tipo de maldição rogada, e não de corrupção. Claro, isso que estou
falando é a história até a 2ed do AD&D. Sabem como o pessoal gosta de
inventar coisa depois, espremendo a última gota da casca da fruta ($$$).
Githyanki
Aprendi a gostar dessa raça com o tempo, e é engraçado isto,
visto o potencial que uma raça de seres militares extra-planares pode ter numa
campanha. Talvez fosse o cabelinho de sorvete italiano, não sei…
A idéia veio do livro de George R. R. Martin “Dying of the
Light” (1977). No livro de Martin, os Githyanki possuem fortes poderes
psíquicos, e foram usados por outra raça alienígena para lutar contra a
humanidade. Ao contrário da raça que conhecemos no D&D, estes githyanki mal
apresentavam consciência. George Martin só ficou sabendo do uso do nome em
2000!
BÔNUS!
Fiéis leitores, aqui vai mais um bônus, só pra quem tem
paciência de acompanhar meus posts:
O nome do Aparelho [Apparatus] de Kwalish vem do primeiro
personagem mago criado por Tim Kask, “Kwalish”
Por quê tanto preconceito com a espermateca dos hermafroditas!
ResponderExcluirMas falando sério, legal ver o Módulos voltando à ativa! Matérias muito interessantes.
auhauhauah
ExcluirBom,pelo menos resgatando material antigo perdido na net ;__;
Antigo, perdido, e bom! Merece mesmo ser resgatado.
ExcluirInteressante, também nunca gostei de aventuras marítimas, até Tolkien me mostrar o quão, verdadeiramente, profundas elas podem ser - ao ponto de moldarem a forma geométrica de um planeta. Então fui pesquisar Astrologia Marítima, até conhecer Piri Reis. Estudei um pouco o que me cabia, a saber: senso de direção, embarcações, tempo de navegação, logística, alimentação, doenças, dúvidas, dúvidas etc. Daqui, cheguei no mundano, o que me deu a verdadeira ideia de aventura, se me permite: http://www.megacurioso.com.br/papo-de-bar/41768-boato-sobre-navio-fantasma-cheio-de-ratos-canibais-e-falso.htm
ResponderExcluirNada a ver com tua excelente postagem, considere isto uma casualidade de ideia.
Bem interessante mesmo!
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