Ontem estava lendo “The
Complete Book of Villains” (Kirk Botula, 1994, 128 páginas), sexto livro da “série
azul” dos livros de auxilio ao DM do AD&D2ed (que estranhamente não leva o
código DMGR), e confesso que me surpreendi com as informações ali contidas.
Além de (obviamente) tratar da construção de vilões, o livro
fala sobre construção de campanhas, de modo muito interessante. Um exemplo é
quando trata de características de um vilão, e sugere que se exagere uma deles.
No caso, fala de um vilão que achou ter comido seu cachorro quando era criança
(apenas um truque de um clérigo que não gostava dele), e já adulto, continuou
com o hábito, levando vários cães consigo quando sai de seu castelo. A cada
dia, ele consome um deles. Através da historia do cachorro, elabora-se algo maior e único, tornando o vilão não apenas peculiar, mas de certa forma “estranho” e “memorável”.
As características para compor um vilão são bem explicadas,
e sempre acompanhadas de um exemplo, que vai se desenvolvendo ao longo do
livro. Razões, estrutura física e mental, e a composição geral que fazem com que ele seja sempre lembrado entre os jogadores também faz parte dos temas abordados.
Logo mais, o livro aborda os “empregados” do vilão e as “relações
de poder”, ou seja, o motivo para que exista uma relação entre empregador e
empregado. Interessante notar que nem sempre o empregador tem o poder: um
cientista que precisa de um ajudante pode não encontrar facilmente uma pessoa
com conhecimento cientifico (ou disposição moral) para auxilia-lo em suas experiências
e assim, o empregado exerce um tipo de poder sobre o empregador, que se vê “preso”
ao auxiliar.
Grupo e organizações também são tratados, ensinando o Mestre
a montar redes que ligam o vilão com outros. Como usar monstros e eventos
divinos também são tópicos explicados.
Este é um livro que surpreende por entregar mais do que
aparenta prometer. A parte de criação do vilão é muito boa, mas as lições sobre
construção de aventura são muito interessantes, e pretendo falar sobre um
destes tópicos na próxima postagem.
Ah, meu livro favorito de D&D. Esse eu não vendo/empresto nem na reza brava.
ResponderExcluirNão é a toa que este livro é considerado o Numero 1 dos livros azuis a serem obtidos por qualquer mestre. O capítulo sobre uso da vilania de formas diversas e criativas é excelente.
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